O Serviço de Animação Bíblico-Catequética da Diocese de Joaçaba emitiu um comunicado a todas as paróquias sugerindo que as catequeses presenciais sejam retomadas a partir do início do Advento (29 de Novembro) se não houver uma “segunda onda de Covid-19” e mantendo todos os protocolos de segurança.
Acompanhe a Carta na íntegra:
A sociedade e a Igreja foram sacudidas pela a atual situação de pandemia que, modificou os hábitos rotineiros, redefiniu condições, aguçou as diferenças, obrigou a muitos a reverem seus conceitos.
Nós enquanto Igreja, passamos e estamos vivenciando tempos desafiadores! Desde o fechamento das igrejas, cancelamento de atividades presenciais e, atualmente, as celebrações com capacidade reduzida.
Novos hábitos foram introduzidos em nossa vida cotidiana e, infelizmente, algumas pessoas ainda insistem em não acatar estas que são atitudes que marcam este “tempo de cuidar”.
O Papa Francisco “nos pede para mostrar coragem de inovação, experimentando novas soluções e empreendendo novos caminhos”. Pede para “desafiar e mudar os empreendimentos atuais, reconhecer o trabalho informal, reforçar o trabalho da assistência de saúde” respondendo a carências e erros que a pandemia evidenciou e não considerar nada como óbvio a partir da importância do “estar juntos”. A nossa vida, depois da pandemia não deve ser uma réplica do que foi antes”.
Tendo presente esta nova etapa, este “novo normal” que vai se descortinando, muitos são os questionamentos que vão surgindo referente à caminhada feita nestes meses em que fomos forçados a viver sob a influência da pandemia.
Um dos questionamentos é sobre o processo catequético. Muitas coordenações e catequistas nos perguntam como faremos, o que responder aos familiares, como dar continuidade, etc.
Assim, a nossa Equipe Diocesana reunida, tendo por base, as orientações do Serviço de Animação Bíblico-Catequética do Regional Sul 4 (Santa Catarina), quer responder a este questionamentos com alguns encaminhamentos práticos:
1) Este ano de 2020 é atípico. Nunca na história recente vivenciamos algo parecido. Por isso o contexto da pandemia fez com que buscássemos caminhos alternativos para continuar o processo de educação da fé de nossos catequizandos (as) e familiares.
2) Estes caminhos (encontros online, leituras orantes, atividades encaminhadas, partilhas, etc.) tudo teve validade enquanto crescimento e fortalecimento da experiência de Deus, do seguimento de Jesus e do forjar da identidade cristã católica.
3) Temos que ter presente que o processo de Iniciação à Vida Cristã vai além de um mero estudo! Ela requer vida de comunidade, compromisso com a vida, caridade, perdão, solidariedade, experiência e testemunho fraterno. Requer também uma organização, continuidade e assimilação do que a Igreja crê e do que nós Povo de Deus cremos.
4) Neste quesito, nossos itinerários atuais e do Projeto Sementeira não foram vivenciados (por causa da pandemia) e, mesmo os encontros online não substituem o encontro presencial.
5) Por isso e para termos uma caminhada comum enquanto Diocese de Joaçaba, gostaríamos que este ano de 2020 fosse ACRESCENTADO ao Itinerário Catequético. Ele valeu enquanto experiência familiar, enquanto aprendizado, comprometimento das famílias, mas não teve aquele caráter necessário para a Educação da fé, lembrado pelo Documento “Catequese Renovada”: “A Catequese é um processo de educação comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgânica e sistemática da fé. Sua finalidade é a maturidade da Fé”. (CR, n. 31)
6) A partir do Advento deste ano, se não tivermos nova onda de COVID-19, os encontros poderão ser retomados de maneira presencial, respeitando as normas sanitárias em vigor (uso de máscara, distanciamento…) e seguindo os roteiros da Diocese. Exemplo: o grupo que está na “pré eucaristia” continuará nesta fase, pois não temos como ir para o próximo itinerário sem ter vivenciado este completamente. Cada roteiro contém os conteúdos da fé necessários para o processo de educação da fé ser realizado com qualidade. Aqueles grupos que deram sequência ao itinerário, mesmo não sendo esta a orientação diocesana, deverão conversar com a coordenação paroquial e o pároco e avaliar se realmente o processo foi realizado e se é possível avançar para a etapa seguinte. Este exemplo e orientação valem também para os grupos do “Projeto Sementeira”.
7) Com relação ao pedido de materiais feito pela Cúria Diocesana, levemos em conta a orientação anterior.
8) Com relação à Celebração das Primeiras Comunhões e Crisma, ainda permanece em vigor a normativa de Dom Mário que está em comunhão com as demais dioceses do Regional.
9) Orientemos as famílias a não terem uma mentalidade semelhante ao modelo escolar. Ninguém ficará ‘atrasado’ um ou mais anos. A caminhada de fé, é caminhada de adesão, de amadurecimento no seguimento de Jesus. De compromisso com o Evangelho. E a Catequese tem esse papel importante e está unida à Comunidade e à Família. Como não nos era possível contar com a vivência presencial na comunidade e no grupo de Catequese, o processo não foi feito como é preciso. Precisamos deste “tripé”: GRUPO, FAMÍLIA, COMUNIDADE, para que a transmissão da fé aconteça.
10) Pedimos que as coordenações e os párocos fiquem firmes diante daquelas pressões que virão! Não podemos supor, nem fazer de conta que o processo aconteceu. Não podemos simplesmente dizer: “siga para a próxima etapa/fase”. A educação da fé requer seriedade. Requer também paciência e coragem. Permitir que o catequizando (a) vá para a próxima etapa/fase, sem ter feito a vivência daqueles conteúdos próprios do período, pode colocar em risco a formação da identidade cristã católica.
11) A nossa proposta de recolher os registros feitos pelos catequistas ao longo da pandemia, dos trabalhos realizados, ainda está de pé! Queremos formar um álbum com as bonitas iniciativas realizadas neste período.
12) Agradecemos o empenho, a dedicação, a coragem e a comunhão não só agora no tempo da pandemia, mas em toda a nossa caminhada.
Pedimos à Mãe Maria, Primeira Catequista, que nos ajude neste novo tempo que estamos gestando. Que as experiências vividas não sejam guardadas como negativas, mas sim, como trampolim, mola impulsionadora que nos fez rever nosso caminhar, nossas atitudes e nossa fé.
Deus Misericordioso e Bom, ilumine abençoe e conduza a todos (as)!